Causas da violência ou da maldade

  • Instintivista.
  • Sócio-Ambientalista.
Por que?
  •  Instintivista.
Afirma que a violência humana, concretizada nas guerras, nos crimes, na opressão social, na conduta autodestrutiva, é provocada por instintos inatos decorrentes da fisiologia básica do homem.
  • Sócio-Ambientalista.
Nega que a violência seja um atributo inato do homem. Afirma que o comportamento humano (pacífico ou violento) é moldado pela influência do meio ambiente.
 
Como?
  •  Instintivista.
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  • Sócio-Ambientalista.
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De um exemplo.
  •  Instintivista.
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  • Sócio-Ambientalista.
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Artigos Enviados por Colaboradores
1º Semestre de 2007
O mal do século
    Vou iniciar um devaneio adornado com idéias já pensadas, porém ainda por ser testada. Há um mal do século, e que não se confunda com a segunda fase do romantismo, que por sinal cultural, teve grandes gênios engajados à criação intelectual, ora com tonalidades pessimistas, ora com letras egocêntricas, ora de morte, ora de vida. Venho como homo sapiens e em dados momentos como homo volens tentando compreender, em atos de loucura, qual o mal do século, deste século XXI. Tripudiando-me aos livros que não escrevi, mas com os quais me identifiquei, fui ao limiar das conjeturas pra então questionar e expressar-me.
    É o HIV/AIDS o mal deste século? Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2004, 39,4 milhões de pessoas viviam com o HIV/AIDS, sendo que no mundo 3,1 milhões de seres humanos faleceram por causa desta doença que creio ser a peste negra do século e não o mal do século, pois campanhas publicitárias de prevenção têm feito o índice de infecção decair no mundo. Porém, a cada dia 14 mil novos casos de infecção ocorrem em todo o planeta Terra.
    Então é a obesidade o mal do século, tendo em vista que existe um bilhão de pessoas acima do peso e cerca de 300 milhões de obesos em todo o planeta. Por outro lado, mais de meio milhão de pessoas morrem por ano, só na América do Norte e na Europa Ocidental, devido às doenças relacionadas à obesidade? Por outro lado, o mundo tem 170 milhões de crianças desnutridas; sendo que, cerca de três milhões morrem a cada ano. Então não vejo porque classificar a obesidade como o mal do século, além de ser extravagante seria um vitupério ao intelecto se assim classifica-se a obesidade como tal.
    O câncer em 1996 matou 6,3 milhões de pessoas, sendo destaque o câncer de pulmão, estômago, colón, fígado, mama, esôfago, boca e cervical. Porém, assim como o HIV/AIDS o câncer é apenas mais uma das pragas do nosso século e não o mal do século propriamente dito.
    Entendo como mal do século aquilo que impede a afirmação da vida, e assim não posso estreitar-me a enfermidade do corpo, pois estas são conseqüências de viver o livre-arbítrio, faculdade esta que tem o indivíduo de determinar, de forma planejada ou não, sua existência no tempo. A afirmação da vida se dar quando não há auto-mutilação do ser, independente dos acontecimentos. Então, o mal do século deve ser aquilo, ou algo, que todos carregam em seu eu como faz o peregrino com sua cruz nos ombros em romaria ou devoção, ora aliviando seu fardo com a esperança, ora enaltecendo sua dor com a angustia.
    Seria, então, a violência o mal deste século? Mas, o que é violência? Quais as causas da violência? Quais os principais tipos de violência?
    Violência é o uso da força, voluntariamente, para obrigar uma pessoa ou grupos de pessoas a agir de forma contraria à sua vontade, ou ainda, quando priva alguém da vida ou de um bem. Desse modo, é violência: matar, ferir, prender, roubar, humilhar, explorar, torturar, enfim, é tudo que sujeita o outro a algum sofrimento. A violência foi e é pensada, refletida e analisada por filósofos, sociólogos, psicanalistas e juristas, torrentes de explicações foram produzidas; mas cremos interessar apenas duas: a instintivista defendida por Konrad Lorenz e Sigmund Freud que, afirmavam ser a violência uma conduta auto-destrutiva, provocada pelos instintos inatos. E a sócio-ambientalista que diz ser a violência um comportamento produzido pelo meio em que se encontra o individuo; nesse grupo sócio-ambientalista destacam-se J.B. Watson e B.F. Skiner. Mas, o que diria sobre a violência uma de suas vitimas? Que tudo não passou de ação conjugada com instinto e produção do meio seu infortúnio com os atos de violência?
    Os principais tipos de violência são: a violência física, violência psicológica e violência sexual. Dados mostram que não importa qual tipo de violência seja, ela vem vitimando milhares anualmente, demonstrando o quanto demasiado animal tem se tornado o homem. Só nos Estados Unidos da América, cerca de 1% da população infanto-juvenil são maltratados todos os anos. Ademais, no mundo, por minuto ocorrem 68 casos de violência contra a criança. No Brasil, a cada 13 minutos um assassinato acontece. Ainda, a cada minuto morre uma pessoa em algum lugar do mundo pela violência. Mesmo assim não concordo com a extravagância excêntrica da afirmativa de ser a violência o mal do século.
    Alguns podem, num lampejo de discernimento, perguntarem ou até classificar o terrorismo como o mal do século. Mas este uso arrebatado da força contra a ordem estabelecida não pode ser o mal que buscamos como tal para o século, pois até mesmo a própria ordem pública, também, pode ser terrorista. A final, o que é o terrorismo? São todas as ações que causam danos a um agente indefinido ou irrelevante, não existindo um alvo determinado. Apenas o desejo mórbido de propagar medo e sofrimento, este tipo de terrorismo é classificado como indiscriminado. Além desse há o terrorismo seletivo, que tem seus alvos definidos, porém limitados, pois visa à vingança ou a eliminação de obstáculos; é o caso da Ku Klux Klan, do ETA, da Al Qaeda, do Ira,  da Frente de Libertação Islâmica, das Forças Armadas Revolucionária da Colômbia ( FARC), do Exército de Libertação Nacional na Colômbia, do Grupo Combatente Islâmico Marroquino, dos Separatistas Chechenos, da Brigada dos Mártires Al Aqsa, do Hezbollah e do Primeiro Comando da Capital (PCC).
    O terrorismo tem ganhado seguidores e admiradores pela ousadia e demonstração de um poder estúpido. Muitos são servos de uma ideologia político-religiosa ou tão só política, ou apenas religiosa, ou unicamente mercenários atoleimados, que seguem ordens de homens como Hassan-el-Banna, Osama Bin Laden, Pedro Antonio Marin (Manuel Maralunda ou Tirofijo), Comandante Marcos, Marcola, entre outros. Como membros de uma religião sem fé, os terroristas caminham enfileirados como animais para ao matadouro, para serem abatidos em nome de algo que não deixa de ser uma ilusão sem nexo real. Definitivamente, o terrorismo é um problema a ser resolvido e não o mal do século.
    Dentre tais divagações penso se r o mal do século algo que poderíamos chamar de enfermidade da alma, sendo a alma o conjunto das faculdades psíquicas, intelectuais e morais, ou ainda a sede dos afetos, sentimentos e paixões, e não entenda alma como princípio espiritual do homem ou princípio espiritual de vida, pois essa concepção teológica não está em nossa intenção.
    Nosso século sofre de ansiedade, uma opressão, temor ou inquietude semelhante ao medo. Porém, não é o sentimento de temor, pois se traduz em uma combinação de excitação fisiológica (nervosismo, suor, aceleração cardíaca) e excesso de preocupação, manifestações sintomáticas que todos vivenciam e nem se apercebem de estarem experimentando doses de ansiedade. Mas, não creio ser a ansiedade o mal do século, visto que somos nosso próprio defensor dos ataques provenientes da ansiedade. Defendemos-nos por meio do mecanismo de defesa, estratégias psicológicas inconscientes que evitam ou reduzem a ansiedade. Estes mecanismos são:
* Negação de uma realidade desagradável;
* Repressão das lembranças para evitar ameaças;
* Formação de reações, evitarem impulsos ou sentimentos ameaçadores trocando o eu odeio pelo eu amo, por exemplo;
* Regressão de situações ou hábitos anteriores menos exigentes, como é o caso de crianças que passam a apresentar comportamentos inferiores a sua idade por causa do nascimento de um irmão ou, adultos que voltam à casa da mãe quando se sentem amedrontados por algum problema conjugal, financeiro etc.;
* Projeção, tendência a ver nos outros seus próprios sentimentos, limitações ou impulsos inaceitáveis, reduzindo a ansiedade exagerando os traços negativos nos outros. Essa é uma maneira de justificar as próprias ações;
* Racionalização de situações para evitar a ansiedade, como, por exemplo: a criança que inventa está doente para não ir a escola no dia de prova, ou o adulto que cria um problema no transito pra justificar sua falta de compromisso com algo que lhe causa ansiedade;
* Compensação de si mesmo por meio de outras áreas para inibir seu sentimento de inferioridade;
* Sublimação, trabalhar desejos frustrados através de atividades sociais aceitáveis;
    Sendo tais mecanismos de defesa ativos em nossas vidas, isso indica que de algum modo não estamos sujeitos a morrer de ansiedade, logo temos inconscientemente meios de evitar ou reduzir a ansiedade.
Não sendo o mal do século a ansiedade, poderia, então, ser a depressão a figura inquietante que plana no ar esperando um ou outro para infectar e destruí-lo, seria o mal do século a depressão?!
    Este sentimento de desânimo, impotência e desesperança que pode levar ao suicídio, está associado a distúrbios de humor causados por sentimentos de perda. Os distúrbios depressivos têm como sintomas a melancolia, a desesperança e a incapacidade de sentir prazer. Além disso, existem os distúrbios bipolares que são desordens emocionais envolvendo a depressão com comportamento maníaco. Ademais, a depressão pode ter duração prolongada por dois anos ou mais (distúrbios distímicos) ou tornar-se um comportamento maníaco (distúrbios ciclotímicos). De qualquer modo não é este o mal do século, pois não é um mal generalizado.
    Chegamos a entender que a solidão pode ser o mal do século, pois não é este um sentimento objetivo de estar privado de companhia externa, e sim um sentimento interno, que mesmo estando o solitário na companhia de muitas pessoas, ele se sente só. A solidão é o resultado de uma ânsia onipresente, ou seja, um desejo ardente por ubiqüidade, que se torna inalcançável.
    Somos sequiosos de atenção, mas de uma em específico que se perde na subjetividade ao ponto de respirar a perfeição, impossibilitando-nos de contentamento real; voltando-nos para insatisfações que podem, e na maioria das vezes, nos tornam arrogantes ou melancólicos. Porém, não é a solidão um sentimento exclusivo de um só, é exclusivo de uma raça de seres que se auto intitulam racionais, todos vivendo e convivendo em um mesmo ambiente, mas, em mundos diferentes, imersos em arrogância e sedentos por afeição. Seres gritando em seus cárceres, mas calados em seu meio familiar, social e sentimental.
    É a solidão interna o mal que os seres humanos tentam disfarçar com suas criações lúdicas, com suas ciências e pseudociências aflitas, com seus relacionamentos inquietantes e falidas em sua natureza egocêntrica, com seus sonhos impossíveis. A solidão que abre os braços e acena para que outros males se aproximem e com ela usufruam do mesmo hospedeiro.
    O que afinal é a solidão? Não é um dado estatístico ou um sentimento repentino, é uma generalização que se conta por seres humanos vivos, é um sentimento, é uma sensação que faz o singular nunca se conjugar no plural; Não há duvida, a solidão é o mal do século. Todos somos solitários em alguma ocasião e em todos os momentos.

Chardes Bispo Oliveira
Professor
Cidade de Sena Madureira/AC

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